Não é raro confundir a intolerância à lactose com a alergia à proteína do leite de vaca (APLV). A confusão é comum porque os dois têm origem na ingestão de leite e seus derivados, mas é importante entender que cada uma dessas manifestações, tem origens em diferentes elementos, além de sintomas e tratamentos bem distintos.
Simplesmente excluir o leite e seus derivados da dieta não é uma boa ideia. É importante, antes de mais nada, compreender o que é cada caso e, claro, procurar a orientação de um médico. A boa notícia é que o mercado está repleto de opções seguras de produtos em caixinha livres de lactose! Basta procurar por informações no rótulo. Os produtos da Shefa e da Piracanjuba são dois exemplos. 😉
Para esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre o assunto, conversamos com a nutricionista Cynthia Antonaccio, da consultoria Equilibrium. Confira!
O que é a intolerância à lactose?
A lactose é o açúcar presente no leite. Para digerir este elemento, nosso corpo utiliza uma enzima especifica, a lactase. Quando o organismo produz uma quantidade insuficiente dela, surge a intolerância à lactose. A questão é mais comum em adolescentes e adultos, atingindo raramente crianças com idade inferior a cinco anos.
A capacidade de digestão e absorção da lactose cai com a idade e várias pessoas chegam a adquirir um grau de deficiência ao longo dos anos. Segundo estimativas da Federação Brasileira de Gastroenterologia, até 50% da população brasileira tem chances dedesenvolver os sintomas a medida em que envelhecem.
Sintomas
Os principais sintomas são: distensão e dor abdominal, sensação de inchaço, gases, diarreia e vômitos, observados logo após a ingestão de leite ou produtos lácteos. Para confirmar o diagnóstico, é necessário relatar as manifestações ao médico, que ainda pode solicitar exames laboratoriais.
Tratamento
Cynthia Antonaccio explica que não é possível reverter a intolerância ao leite. Dessa forma, o tratamento pode ser feito com adaptações na dieta – no mercado, há várias opções em caixinha de leites e derivados sem lactose –, ou mesmo com o uso de suplementos da enzima lactase. O médico fará a recomendação ideal a cada caso.
O que é a Alergia à Proteína do Leite (APVL)?
A alergia à proteína do leite (APLV) é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas do leite de vaca, principalmente à caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. É uma das principais alergias alimentares em crianças com menos de três anos e, segundo estimativa da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, atinge 3% deste grupo.
Sintomas
Neste caso, os sintomas podem se manifestar em até dois dias após a ingestão de leite ou qualquer alimento feito a partir do produto. As reações mais comuns são as alterações gastrointestinais – má digestão, falta de apetite, vômitos, cólicas intensas e sangue nas fezes. Algumas pessoas apresentam reações como obstrução nasal, tosse, urticária, assaduras, coceira na pele, inchaço nas pálpebras e dificuldade para ganhar peso.
Tratamento
Com o passar os anos, o quadro de alergia ao leite pode ser revertido. Cabe ao médico alergista avaliar cada caso e orientar o controle da dieta. Neste caso, é preciso considerar o leite, seus derivados e qualquer alimento que contenha leite em sua composição, como sorvetes, bolachas e bolos, por exemplo.
Bebês em fase de amamentação
Durante a amamentação, a mãe também deverá evitar estes alimentos, já que as proteínas que causam a alergia podem chegar ao leite materno e causar reações na criança. “Será necessária a oferta de fórmulas especiais próprias para a APLV, que devem ser indicadas como substitutas da alimentação em bebês de até seis meses”, explica Cynthia. Já para crianças maiores, essas fórmulas podem ser utilizadas como complemento da alimentação.
Fontes de cálcio
O leite é uma das principais fontes de cálcio e tirá-lo da dieta pode comprometer a absorção deste mineral tão importante para a manutenção da saúde óssea e contração muscular.
“Fontes complementares de cálcio são os vegetais verdes escuro, como couve e brócolis, além de peixes e semente de gergelim”. Alimentos zero lactose, por exemplo, não possuem a lactose em sua composição e mantêm suas propriedades nutricionais. “Mas é importante lembrar que alterações na alimentação devem ser acompanhadas por um nutricionista para evitar carências nutricionais”, ressalta a profissional.
SAIBA MAIS
Para conferir uma tabela prática e comparativa sobre as principais características de cada condição, bem como dúvidas frequentes, clique aqui.