Por que comemos quando estamos nervosos?
Uma boa parte dos brasileiros está há alguns meses trabalhando de casa, enquanto a outra parte, mesmo saindo para trabalhar, também teve a sua vida virada de cabeça para baixo. Adaptamos os nossos hábitos para dentro de casa ou para depender cada vez menos de saídas para a rua. E é inevitável que esta situação se reflita também na maneira como nos alimentamos.
Do aumento do consumo de comida caseira à preocupação com a falta de alguns alimentos nas prateleiras, conhecer e entender estes novos hábitos é muito importante para a nossa saúde física e mental.
Pesquisas já apontam o que muitos de nós percebemos ao rolar o feed das redes sociais por alguns minutos: estamos cozinhando muito mais e buscando receitas que nos tragam uma sensação maior de conforto. O aumento das pesquisas por receitas de bolos e pães foi significativo e você deve conhecer pelo menos uma pessoa que compartilhou fotos destas receitas por aí.
Mas não foram somente as restrições de distanciamento social que mudaram a nossa maneira de se alimentar. Procuramos também receitas mais práticas para fazer entre as chamadas de trabalho e estamos nos preocupando mais com alimentos que possam dar aquela reforço ao sistema imunológico. Alguns ainda têm visitado mais vezes a geladeira por conta do nervosismo.
Fome emocional
A maneira como nós nos alimentamos já mudou imensamente ao longo do tempo. Na pré-história, por exemplo, os seres humanos precisavam se alimentar de comidas muito ricas em gordura e açúcar, substâncias que dão mais energia para o corpo. Hoje, obviamente, a nossa alimentação é muito diferente e baseada em uma dieta mais variada, pois temos mais opções disponíveis e acesso a comidas que têm origem em outras partes do mundo.
O que não mudou é a maneira como reagimos a estímulos. Segundo a Revista Saúde, o nosso cérebro armazena, no sistema límbico, a reação que temos quando comemos alguma coisa e faz o nosso inconsciente pedir por esta comida para repetirmos a experiência.
Um exemplo fácil de compreender é quando estamos nervosos. Um estado de nervos altera a concentração de diferentes neurotransmissores no cérebro, reduzindo os níveis da substância ligada à sensação de bem-estar, a serotonina. Nosso corpo procura, então, repor esta substância por meio da alimentação e com alimentos que, indiretamente, estimulam sua produção, como aqueles mais ricos em gordura.
É aí que nossas experiências entram em ação. Aprendemos a associar o consumo de comidas calóricas e ricas em açúcar com uma sensação de maior bem estar imediato e, por isso, nosso corpo reage bem quando as consumimos.
A diferença, neste momento, é que, convivendo com maior ansiedade e incerteza, acabamos sendo mais permissivos nas escolhas de cardápio diário. Toda a tensão emocional associada ao isolamento social altera pede por mais conforto, que podemos encontrar facilmente na alimentação.
O que podemos fazer para evitar isso, segundo as matérias citadas acima, é estabelecer uma rotina de alimentação e tentar racionalizar as nossas vontades. Se você abrir a geladeira e se questionar se o que sente é fome ou vontade apenas, pode realizar escolhas mais saudáveis.