O primeiro alimento que você ingeriu ao nascer também pode ser um companheiro fiel ao longo da vida. O cálcio contido no leite, junto com a vitamina D, é essencial para a formação dos ossos, principalmente até os 20 anos de idade. Um adulto precisa diariamente 1 grama de cálcio, que ajuda também na coagulação do sangue, na contração muscular, na transmissão de impulsos nervosos e na secreção de hormônios.
Está claro, portanto, que o leite é peça fundamental na nossa alimentação. Mas com tantas opções do produto, como fazer a escolha mais adequada? “Há diversos tipos de leite à disposição do consumidor. É possível escolher, por exemplo, entre variações com mais ou menos gordura, enriquecidos ou ainda com ou sem lactose. As vantagens são diversas!”, afirma Cynthia Antonaccio, da Consultoria Equilibrium.
Tipos de leite e derivados
Se analisarmos apenas a composição de gordura, temos o integral (acima de 3%), semidesnatado (de 0,6% a 2,9%) e desnatado (até 0,5%). Os valores calóricos diminuem de acordo com o volume de gordura, mas todos os demais nutrientes permanecem iguais.
Derivados do leite também são grandes fontes nutritivas e boas alternativas para variar o consumo do produto. Queijos, iogurtes e manteiga, por exemplo, ajudam a atingir as doses diárias de cálcio.
Intolerantes à lactose
Para quem tem intolerância à lactose (o “açúcar” do leite), recomenda-se o produto com baixa lactose ou produzido a partir de matéria-prima vegetal, como soja, amêndoas, coco, arroz, entre outros. Para manter o nível de cálcio das opções tradicionais, os leites podem ser enriquecidos industrialmente.
Bebidas lácteas, com pelo menos 51% de leite e soro de leite, também podem ser boas saídas, em razão do teor proteico. “Enxergo como uma tendência e um bom estímulo da indústria para o consumo de lácteos. O maior cuidado deve recair sobre a quantidade de açúcares. Outra dica é dar preferência às embalagens cartonadas assépticas, que dispensam o uso de aditivos para conservação”, sugere a nutricionista.
A influência das embalagens no leite
Além da composição nutricional, existe ainda a diferença das embalagens, que ajudam a dar segurança e praticidade ao alimento. No caso do leite em pó, o processo é dividido em três etapas: pasteurização, concentração e secagem. Já o produto em saquinho também passa pela pasteurização – processo que eleva o líquido à temperatura de aproximadamente 73°C e depois o resfria rapidamente – a fim de eliminar os micro-organismos nocivos. Esse tipo de leite precisa ficar refrigerado e tem prazo de validade menor.
No caso do alimento em garrafas plásticas, ele pode ser pasteurizado ou sofrer o processo UHT (Ultra High Temperature). Neste procedimento, o líquido é submetido a uma temperatura que varia entre 130° e 150°C durante curtíssimo período de tempo (2 a 4 segundos), e imediatamente resfriado a menos 32°C. Durante o processo, no qual são eliminados todos os micro-organismos deteriorantes, é realizada também a homogeneização.
Os mais conhecidos leites UHT, contudo, estão nas caixinhas. Prática e segura, a embalagem não necessita de conservantes e garante que ele não contenha conservantes. A caixinha é composta de seis camadas:
1. Polietileno (plástico): Protege a camada de papel contra a umidade exterior e é responsável pelo fechamento das abas;
2. Papel: Possui função de sustentação da embalagem, descrição das informações sobre o produto, marca e fabricante;
3. Polietileno (plástico): Camada de aderência e barreira micro-organismos;
4. Alumínio: Evita a passagem do oxigênio vindo do meio ambiente, bem como da luz e a contaminação do meio externo;
5. Polietileno (plástico): Camada de aderência;
6. Polietileno (plástico): Protege o produto e evita contato com as demais camadas.
Em termos nutricionais, não existe diferença entre o leite longa vida e o pasteurizado. Segundo a FAO, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), os dois tipos de leite, UHT e pasteurizado, são equivalentes. “A indústria evolui para trazer segurança alimentar à população. Sabemos que a ideia de beber o leite ordenhado tem uma área de sustentabilidade e natureza, mas é preciso muito cuidado. Se a vaca não tem controle de doenças, o líquido pode estar contaminado. Questões de higiene para o contato com o alimento também influenciam em sua qualidade. Ou seja, o leite beneficiado é a melhor opção”, ressalta Cynthia.
Fonte: Brasil, Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2005). Instrução Normativa n.º 16, de 23 de agosto de 2005.