Se alguém te chamasse para comer de lanche um pote de leite que passou por um processo de fermentação com bactérias, o que você diria? Provavelmente, diria que sim – se soubesse que estaríamos falando de iogurte, é claro!

Pois é exatamente um processo muito específico de “estragar” o leite que produz este delicioso alimento de textura grossa e cremosa. E que faz parte de muitas das nossas rotinas hoje.

Boa fonte de cálcio e proteínas, este produto lácteo fermentado feito com a adição de culturas bacterianas ao leite é o assunto do nosso blog esta semana. Então, prepare a sua colher ou copo e mergulhe nessa onda do iogurte!

De onde vem?

Acredita-se que o iogurte e outros produtos de leite fermentado começaram a ser produzidos por volta de 6.000 A.C., na Ásia Central. Alguns pastores descobriram, ao transportar o leite pelo deserto em estômagos de ovelhas, que a bebida coagula e se transforma em um produto viscoso e mais ácido.

A este produto final da coagulação do leite deram o nome yoğurt, palavra turca relacionada ao verbo “coagular”. Mesmo viajando o mundo, o iogurte acabou ficando com um nome parecido em quase todas as línguas, mantendo seu significado original.

Desde a antiguidade, o iogurte foi alimento dos exércitos de Gengis Khan, cura de problemas intestinais para o rei Francisco I da França e uma das preferências mundiais para um café da manhã saudável.

Foi só no início do século XX que um estudante de medicina búlgaro descobriu a bactéria do ácido lático encontrada no iogurte. E foi por conta dessas bactérias que o alimento começou a ser introduzido em vários mercados do mundo para ajudar em problemas digestivos.

Como é feito?

O iogurte é produzido a partir da fermentação do leite, de um processo metabólico realizado por bactérias. Estes microrganismos produzem energia convertendo a lactose do leite em ácido lático, composto que dá um sabor mais azedo ao produto final.

Para este processo correr bem, a qualidade do leite é fundamental. A bebida é higienizada e pasteurizada, e depois colocada em máquinas responsáveis por quebrar a sua gordura em diversas partes menores para ser redistribuída durante a coalhagem.

Em seguida, o leite é fervido e resfriado para garantir que os microrganismos indesejados morram, e depois separado para a fermentação com bactérias específicas como o Lactobacillus Delbrueckii e o Streptococcus thermophilus. Conforme essas bactérias vão se reproduzindo, elas transformam a lactose em ácido lático e diminuem o pH do leite, deixando-o mais ácido. E o resultado final deste processo é um líquido viscoso e cremoso que conhecemos como iogurte.

Por que comer iogurte?

Normalmente associado às primeiras horas do dia, como um alimento de café da manhã, o iogurte pode ser incorporado a qualquer refeição. Isso porque, além de gostoso, ele pode trazer inúmeros benefícios para a saúde.

Sendo uma das principais fontes de probióticos da nossa dieta, ele pode ajudar a combater infecções e fazer o intestino funcionar melhor, ajudando a evitar prisão de ventre, diarreias, síndrome do intestino irritável e doenças inflamatórias intestinais. Os probióticos presentes no alimento contribuem para a regulação da microbiota intestinal. E o bom funcionamento deste órgão pode ajudar inclusive a melhorar o nosso humor, já que a maior parte da serotonina de todo o corpo é formada ali.

O alimento também é rico em vitaminas do complexo B e minerais como magnésio, potássio e cálcio. Além disso, as grandes quantidades de proteínas presentes neste derivado do leite, aliadas ao baixo nível de gordura, o fazem um ótimo alimento pós-treino para atletas e para quem quer emagrecer.

Qual tipo é o teu?

Hoje, aos olharmos as prateleiras dos supermercados, nos deparamos com algumas opções de iogurtes diferentes no modo de produzir e consumir. Mas qual a diferença entre cada um deles?

  • Sour cream: originário dos Estados Unidos, este iogurte é mais grosso e cremoso, com alto teor de gordura. É normalmente fermentado na própria embalagem e usado como ingrediente para receitas ou como condimento.
  • Skyr: um tipo de iogurte islandês com mais de 1.000 anos. É mais firme, tem alto teor de proteína e baixo de gordura. Consumido regularmente como lanche ou como comida de café da manhã.
  • Quark: típico da Europa central, este iogurte usado tanto para receitas como consumido de lanche, tem uma estrutura mais firme e áspera. Ele é concentrado depois da fermentação para aumentar a quantidade de proteínas.
  • Ayran: um iogurte salgado típico do Oriente Médio. É consumido como bebida e tem o sal adicionado depois da sua fermentação.
  • Kefir: bebida à base de iogurte ligeiramente gaseificada com origem no Cáucaso. É formada a partir de grãos que parecem pequenas couves-flores.
  • Lassi: bebida de origem indiana, pode ser salgada ou doce. Normalmente tem especiarias como canela, gengibre e pimenta adicionadas para criar um gosto característico.
  • Yakult: a famosa dose com gosto levemente doce e azedo é uma bebida fermentada lentamente. Contém cerca de 40 bilhões de lactobacilos por porção.
  • Iogurte ambiente: bebidas que recebem tratamento de calor após fermentação para terem seu tempo de prateleira estendido. Podem durar de 4 a 12 meses sem necessidade de refrigeração.

Em qualquer lugar, a qualquer hora

As bebidas lácteas fermentadas para consumo em temperatura ambiente já são um mercado enorme na China e vêm chegando também no Brasil. É o caso de um produto da Betânia Lácteos que já mencionamos por aqui.

O longo tempo de prateleira e a possibilidade de transporte sem refrigeração tornam essas bebidas perfeitas para quem quer conveniência aliada ao alto valor nutricional de um iogurte. Por razões óbvias, os produtos refrigerados tendem a ser consumidos mais em casa e opções em temperatura ambiente podem abrir caminho para produtos à base de iogurte também fora de casa.

 

Fonte: Tetra Pak.